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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Onde Deus ocultou a felicidade







Uma das coisas que mais o homem busca é a felicidade.
E o que mais se ouve
as criaturas afirmarem é que são infelizes.
Esse é infeliz porque não tem dinheiro.
Outro, porque lhe falta saúde, outro
ainda, porque o amor partiu,ou nem chegou.
Um reclama da solidão.
Outro, da família numerosa que
 o atormenta com mil problemas.
Um terceiro aponta o excesso de trabalho.
 Aquele outro, reclama da falta dele.
Alguém ama a chuva, o vento e o frio.
Outro lamenta a estação invernosa que
não lhe permite o gozo da praia, dos gelados e do calor do sol.
Em todo esse panorama, o homem continua em busca da felicidade. Afinal, onde  será que Deus ocultou a felicidade?
Soberanamente sábio, Deus não colocou
a felicidade no gozo dos prazeres
carnais. Isso porque uma criatura
precisa de outra criatura para atingir a sua plenitude.
Assim, quem vivesse só pelos roteiros da terra,
 não poderia encontrar a felicidade.
Amoroso e bom, o Pai também não
 colocou a felicidade na beleza do corpo.
Porque ela é efêmera. Os anos passam,
 as estações se sucedem e a beleza
física toma outra feição.
A pele aveludada, sem rugas, sem manchas,
 não resiste ao tempo. E os
conceitos de beleza se modificam no
suceder das gerações. O que ontem era
exaltado, hoje não merece aplausos.
Também não a colocou na conquista
 dos louros humanos, porque tudo isso é
igualmente transitório.
Os troféus hoje conquistados,
amanhã passarão a outras mãos, mostrando a
instabilidade dos julgamentos e dos conceitos humanos.
Igualmente, Deus não colocou a felicidade
na saúde do corpo, que hoje se
apresenta e amanhã se ausenta.
Enfim, Deus, perfeito em todas as suas qualidades,
 não colocou a felicidade
em nada que dependesse de outra pessoa,
de alguma coisa externa, de um tempo
ou de um lugar.
Estabeleceu, sim, que a felicidade
depende exclusivamente de cada criatura.
Brota da sua intimidade.
Depende de seu interior.
Como ensinou o extraordinário Mestre Galileu:
 "o reino dos céus está dentro de vós."
Por isso, se faz viável a felicidade na terra.
 Goza-a o ser que não coloca
condicionantes externas para a sua conquista.
É feliz porque ama alguém, mesmo
 que esse alguém não o ame. É feliz porque
pode auxiliar a outrem, mesmo que não seja reconhecido.
É feliz porque tem consciência de
sua condição de filho de Deus, imortal,
herdeiro do universo.
Não se atém a picuinhas, porque tem
os olhos fixos nas estrelas, nos
planetas que brilham no infinito.
Se tem família, é feliz porque tem
 pessoas para amar, guardar, amparar.
Se não a tem, ama a quem se apresente carente e desamparado.
Se tem saúde, utiliza os seus dias
 para construir o bem. Se a doença se
apresenta, agradece a oportunidade do aprendizado.
Nada de fora o perturba.
Se as pessoas não o entendem, prossegue na sua
lida, consciente de que cada qual tem
direito a suas próprias idéias.
Se tem um teto, é feliz por poder
 abrigar a outro irmão, receber amigos. Se
não o tem, vive com a dignidade
de quem está consciente de que nada, em
verdade, nos pertence.
Enfim, o homem feliz é aquele que
 sabe que a terra é somente um lugar de passagem.
Que sabe que veio de lugares distantes
 para cá e que, cessado o tempo,
retornará a outras paragens, lares de conforto e escolas de luz.
Moradas do Pai, nesse infinito universo de Deus.

***

A verdadeira felicidade reside na conquista dos tesouros imperecíveis da alma.

Enviado por Manoel Pioli


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